segunda-feira, 18 de maio de 2020

História do Castelo de Montemor -o- Velho

Castelo de Montemor -o- Velho

O Castelo de Montemor-o-Velho localiza-se na Vila, Freguesia e Concelho de mesmo nome, Distrito de Coimbra, em Portugal. 

Em posição dominante sobre a vila, na margem direita do rio Mondego, à época junto à sua foz, no contexto da Reconquista cristã da Península Ibérica, constituiu-se num ponto estratégico na defesa da linha fronteiriça do baixo Mondego, em particular da região de Coimbra. Foi, por essa razão, a principal fortificação da região, à época. 

A primitiva povoação do sítio de Montemor-o-Velho remonta à pré-história, ocupada sucessivamente por Romanos, Visigodos e Muçulmanos, atraídos pelo estanho da Beira Alta, escoado pelo curso do Mondego. Da época romana, são testemunhos alguns dos silhares de pedra integrados à base da torre de menagem do castelo medieval. 

As primeiras referências documentais à povoação e o seu castelo remontam ao século IX, quando Ramiro I das Astúrias e o seu tio, o abade João do Mosteiro do Lorvão, o conquistaram (848). O soberano transmitiu ao tio estes domínios, com o encargo de defender o castelo, mantendo-lhe guarnição, cuja alcaidaria, João entregou a D. Bermudo, filho da sua irmã, D. Urraca. Ainda naquele ano resistiu ao cerco que lhe foi imposto pelo califa de Córdoba, Abderramão II. 

A posse da região entre os rios Douro e Mondego alternou-se entre cristãos e muçulmanos desde a segunda metade do século X até ao início do XI. De acordo com a Crónica dos Godos, a primitiva fortificação de Montemor foi conquistada pelas forças de Almançor (2 de Dezembro de 990) – que a terão reedificado, pesando a ser seu "tenens" Froila Gonçalves -, para ser recuperada pelos cristãos (Mendo Luz, 1006 ou 1017, sucedido no governo do castelo por Gonçalo Viegas), novamente conquistada pelos muçulmanos (1026), reconquistada por Gonçalo Trastamariz (Crónica dos Godos, 1034), que ficou como o seu governador e fronteiro-mor. De volta à posse muçulmana, a posse cristã definitiva, entretanto, só ocorreria sob Fernando Magno após a conquista definitiva de Coimbra (1064), assegurando a fronteira no Mondego.

O domínio militar da região de Coimbra foi entregue pelo soberano ao conde D. Sesnando Davides, que além de pacificá-la e defendê-la, procedeu-lhe uma vasta obra de reorganização, compreendendo a construção ou reconstrução de diversos castelos, como o de Coimbra, o da Lousã, o de Montemor-o-Velho, o de Penacova e o de Penela.

Vindo o soberano a falecer, os trabalhos de reparo e reforço de Montemor-o-Velho, arruinado pelas sucessivas campanhas e desguarnecido pelo despovoamento da região, foram conduzidos sob o reinado do seu sucessor, Afonso VI de Leão e Castela, que os teria determinado possivelmente em 1088, mas anteriormente a 1091, ano do falecimento do conde Sesnando. Por ordem deste, desde 1090 se iniciara a edificação da igreja pelo presbítero Vermudo, com a condição de que metade das rendas passassem a pertencer à Sé de Coimbra. Concluída em 1095, foi lavrada a escritura de doação dessa parte. Ainda nesse ano, a povoação recebeu Carta de Foral. Uma dessas fontes de 1095, referindo a primitiva fortificação arrasada pelos mouros, descreve-lhe o abandono e a vegetação que recobria as ruínas.

O foral de Montemor-o-Velho foi confirmado, alguns anos mais tarde, pelo conde D. Henrique, em data anterior a 1111, possivelmente em 1109, quando há notícia de novas obras no seu castelo.

Quando da afirmação da independência de Portugal, em 1128, não há notícia de que o alcaide de Montemor, Paio Midis, fosse contrário a D. Afonso Henriques (1112-1185). O castelo encontra-se referido pelo geógrafo árabe Dreses, em meados desse século.

Montemor foi, historicamente, terra de Infantes, primeiro de D. Teresa (filha de D. Sancho I, a partir de 1211), depois de D. Afonso IV (1322) e também de D. Pedro, Duque de Coimbra (1416).
Após a morte de D. Sancho I, o alcaide de Montemor recusou-se a prestar vassalagem a D. Afonso II (1211-1223), devido a desacordo testamentário entre este monarca e as suas irmãs - D. Teresa e D. Mafalda - relativos à doação a estas do castelo e os seus domínios. Cercado pelas forças do soberano, tendo a infanta D. Teresa aqui se refugiado, o sítio acabou por ser levantado e a questão sanada graças à intervenção do Papa Inocêncio III, já em 1216, que sentenciou que tanto este quanto o Castelo de Alenquer fossem entregues à Ordem dos Templários. Neste período, um novo foral é mencionado, em 1212, passado pelo soberano.

O castelo voltou a ser ponto de discórdia nos conflitos que opuseram D. Sancho II (1223-1248) e D. Afonso III (1248-1279) quando, em 1245, diante da deposição do primeiro, o bispo D. Tibúrcio e alguns cónegos da Sé de Coimbra, sentindo-se inseguros naquela cidade, procuraram refúgio na alcáçova do Castelo de Montemor-o-Velho, cujo alcaide se proclamara em favor de D. Sancho II.

Mais tarde, no contexto da rebelião do infante D. Afonso, futuro D. Afonso IV, contra o seu pai, o rei D. Dinis (1279-1325), o castelo - desguarnecido - foi conquistado sem combate pelas forças do príncipe (1 de Janeiro de 1322). Neste período, no século XIV, foi objeto de uma ampla reforma, acreditando-se datar desta fase a construção da barbacã e do troço da cerca a norte. Foi aqui, na sua alcáçova, a 6 de Janeiro de 1355 que D. Afonso IV se reuniu com os seus conselheiros para decidir a sorte de D. Inês de Castro, daqui tendo partido, no dia seguinte, para a executar.

A importância militar e estratégica deste castelo manteve-se ao longo dos séculos seguintes, afirmando-se que as suas grandes dimensões permitiam aquartelar até cinco mil homens de armas no seu interior. É fato que o seu comando foi sempre exercido por figuras de destaque da nobreza de Portugal. Em 1472, D. Afonso V 1438-1481) faz marquês de Montemor-o-Velho, a D. João de Portugal, mais tarde duque de Bragança.

No contexto da crise de sucessão de 1580, acredita-se que o castelo tenha recebido a visita de D. António, Prior do Crato, quando visitou a vila por cinco dias, em Setembro de 1580, ocasião em que tentava articular a defesa, na linha do Mondego, da independência de Portugal.

O castelo constitui-se por um reduto definido pelo aproveitamento do espaço angular entre a Torre de Menagem, a sudeste, e a cortina norte, reforçado por quatro cubelos. A Torre de Menagem, situada a Leste, apresenta planta quadrada dividida em pavimentos. Os cubelos apresentam planta quadrada e semicircular, dois dos quais com aberturas em arco quebrado.

Na barbacã foram rasgadas duas portas: a Porta da Peste, pelo lado sudeste, vizinha à Torre de Menagem, substituindo a arruinada porta principal, e a Porta da Nossa Senhora do Rosário, rasgada a sul e remodelada posteriormente.

Na encosta virada a noroeste avançam os panos de muralha que descem da barbacã. Estas duas cortinas erguem-se perpendicularmente ao corpo do castelo e são terminadas por robustas torres quadradas.

No setor sudoeste encontram-se as ruínas do antigo paço senhorial, que se prolongava na área da barbacã. Este paço foi iniciado no século XI por D. Urraca, irmã de D. Teresa de Leão, e posteriormente remodelado pelas Infantas filhas de D. Sancho I para se transformar num típico paço senhorial.

São destaque ainda, intramuros, a Igreja de Santa Maria da Alcáçova, que remonta ao século XI, sendo que a sua atual conformação data da época manuelina; a Capela de Santo António, paralela à barbacã, e a Igreja da Madalena cuja atual conformação data dos séculos XV e XVI.

A igreja de Santa Maria da Alcáçova remonta ao século XI, mas as reconstruções e acrescentos que se realizaram ao longo de vários séculos alteraram a sua traça primitiva. Foi reedificada definitivamente no primeiro quartel do século XVI, período de afirmação, em Portugal, do estilo manuelino (obra atribuída ao arquiteto Francisco Pires, sob a ordem do bispo-conde D. Jorge de Almeida).

A igreja apresenta uma fachada de grande sobriedade. O portal, em arco ogival, é encimado por pedras de armas do bispo-conde D. Jorge de Almeida. A frontaria é rematada por empena triangular, tendo do lado direito a torre sineira. A entrada lateral, em estilo manuelino, é enquadrada por um arco polilobado. O interior divide-se em três naves (ritmadas por uma série de arcos quebrados suportados por colunas de fustes espiralados), terminadas por capelas. Esta igreja é ornamentada por trabalhos de escultura de várias épocas, como a Nossa Senhora do Ó e o Anjo da Anunciação de Mestre Pero (c.1330-1340).

A lenda do Abade João
A tradição local refere que no século IX, ao tempo do abade João, o castelo foi cercado pelas forças do califa de Córdoba, comandadas por um cristão renegado, Garcia Ianhez-Zuleima. Em número inferior, os combatentes do castelo, com grande dificuldade em sustentar a defesa, deliberaram dar morte por degola aos demais, mesmo aos seus parentes, a fim de pouparem-lhes o cativeiro e possíveis afrontas dos mouros. Assim tendo procedido, arremeteram contra o inimigo superior, dispostos a morrer em combate. Fizeram-no, entretanto, com tal ímpeto, que o levaram de vencido. No século XVIII, sob o reinado de D. João V (1706-1750), a tradição enriqueceu-se com um desfecho piedoso: os familiares dos defensores, ressuscitados por milagre, saíram do castelo ao encontro dos vencedores. A imagem da Nossa Senhora da Vitória com uma cicatriz vermelha no pescoço, na Igreja local, evoca o milagre.


LFCS Filipe Sousa

História de Coimbra


Coimbra 
Os Romanos chamaram à cidade, que se erguia pela colina sobre o Rio MondegoEmínio. Mais tarde, com o aumento da sua importância passou a ser sede de Diocese, substituindo a cidade romana Conímbriga, donde derivou o seu novo nome. Em 711 os mouros chegaram à Península Ibérica, e Coimbra não foi esquecida. Torna-se, então, um importante entreposto comercial entre o norte cristão e o sul árabe, com uma forte comunidade moçárabe. Em 871 torna-se Condado de Coimbra, mas apenas em 1064 a cidade é definitivamente reconquistada por Fernando Magno de Leão.

Coimbra renasce e torna-se a cidade mais importante abaixo do rio Douro, capital de um vasto condado governado pelo moçárabe Sesnando. Com o Condado Portucalense, o conde D. Henrique e a rainha D. Teresa fazem dela a sua residência, e viria a ser na segurança das suas muralhas que alguns autores pensam que nasceu o primeiro rei de Portugal, D. Afonso Henriques, que fez dela a capital do condado, substituindo Guimarães (é, aliás, esta mudança da capital para os campos do Mondego que se virá a revelar vital para viabilizar a independência do novo país, a todos os níveis: económico, político e social). Qualidade que Coimbra conservará até 1255, quando a capital passa a ser Lisboa.

No século XII, Coimbra apresentava já uma estrutura urbana, dividida entre a cidade alta, designada por Alta ou Almedina, onde viviam os aristocratas, os clérigos e, mais tarde, os estudantes, e a Baixa, do comércio, do artesanato e dos bairros ribeirinhos.

Desde meados do século XVI que a história da cidade passa a girar em torno à história da Universidade de Coimbra, sendo apenas já no século XIX que a cidade se começa a expandir para além do seu casco muralhado, que chega mesmo a desaparecer com a reforma levadas a cabo pelo Marquês de Pombal.

Em 1560 é criado o Tribunal da Inquisição de Coimbra, que viria a ser extinto em 1821 juntamente com os de Lisboa e Évora

A primeira metade do século XIX traz tempos difíceis para Coimbra, com a ocupação da cidade pelas tropas de Junot e Massena, durante a invasão francesa e, posteriormente, a extinção das ordens religiosas. No entanto, na segunda metade de oitocentos, a cidade viria a recuperar o esplendor perdido – em 1856 surge o primeiro telégrafo elétrico na cidade e a iluminação a gás, em 1864 é inaugurado o caminho de ferro e 11 anos depois nasce a ponte férrea sobre as águas do rio Mondego.

LFCS Filipe Sousa

História de Porto



Porto
Tem origem num povoado celta, pré-romano. Na época romana designava-se Cale ou Portus Cale, sendo a origem do nome de Portugal. 

A 27 de abril de 711 d.C. dá -se o início da invasão muçulmana da Península Ibérica, com o desembarque em Gibraltar dum exército Mouro de 9000 homens, liderados por Táriq Ibn Ziyad. Em 714 tomam Lisboa, e em 715 as forças islâmicas atingem a região norte do que hoje conhecemos como Portugal, tomando as principais povoações e cidades, tais como Porto e Braga. Em 716 já praticamente toda a Península estava sob domínio do Califado Omíada, com exceção de uma pequena zona montanhosa das Astúrias, onde a resistência cristã se refugiou. 
Passado um século e meio, em 868, surgem as primeiras tentativas de reconquista definitiva, Vímara Peres, fundador da terra portugalense, teve uma importante contribuição na conquista do território, restaurando assim a cidade de Portucale. 

Finalmente, e passados dois séculos após o início da invasão, em 999 uns nobres e valorosos fidalgos Cascões entre os quais se encontrava D. Nónego bispo de Vendôme em França e mais tarde bispo do Porto entraram com uma grande Armada pela foz do Rio Douro, para expulsarem os mouros. Esta armada, que ficou conhecida como a Armada dos Cascões associada a D. Munio Viegas "arrancou" a cidade do Porto aos mouros para dedicá-la à Virgem Mãe de Deus. Depois desta batalha, D. Munio e os "franceses" trataram de reedificar o Porto. Ergueram as antigas e fortes muralhas, e na parte mais elevada da cidade fundaram um alcácer acastelado e bem fortalecido que, depois do conde Henrique, serviu de habitação dos bispos, aos quais foi doado. A torre e a porta principal foram obra de D. Nónego, que, em memória da pátria, a nomeou porta de Vandoma, e que na frontaria da torre fez erguer o santuário, onde colocou a imagem de Nossa Senhora do Porto, que já trouxera consigo de França. 
Em 1111, Teresa de Leão, mãe do futuro primeiro rei de Portugal, concedeu ao bispo D. Hugo o couto do Porto. Das armas da cidade faz parte a imagem de Nossa Senhora. Daí o fato de o Porto ser também conhecido por "cidade da Virgem", epítetos a que se devem juntar os de "Antiga, Mui Nobre, Sempre Leal e Invicta", que lhe foram sendo atribuídos ao longo dos séculos e na sequência de feitos valorosos dos seus habitantes, e que foram ratificados por decreto de D. Maria II de Portugal. 

Foi dentro dos seus muros que se efetuou o casamento do rei D. João I com a princesa inglesa D. Filipa de Lencastre. A cidade foi berço do infante D. Henrique, conhecido como o Infante de Sagres ou O Navegador. 
Devido aos sacrifícios que a cidade fez para apoiar a preparação da armada que partiu, em 1415, para a conquista de Ceuta, tendo a população do Porto oferecido aos expedicionários toda a carne disponível, ficando apenas com as "tripas" para a alimentação os naturais do Porto ganharam a alcunha de "tripeiros", uma expressão mais carinhosa que pejorativa. É também esta a razão pela qual o prato tradicional da cidade ainda é, hoje em dia, as "Tripas à moda do Porto". 

É a cidade que deu o nome a Portugal – desde muito cedo (c. 200 a.C.), quando se designava de Portus Cale, vindo mais tarde a tornar-se a capital do Condado Portucalense, de onde se formou Portugal. É ainda uma cidade conhecida mundialmente pelo seu vinho, pelas suas pontes e arquitetura contemporânea e antiga, o seu centro histórico, classificado como Património Mundial pela UNESCO, pela qualidade dos seus restaurantes e pela sua gastronomia, pelas suas principais equipas de futebol, o Futebol Clube do Porto, o Boavista Futebol Clube, o Sport Comércio e Salgueiros, pela sua principal universidade pública: a Universidade do Porto, colocada entre as 200 melhores universidades do Mundo e entre as 100 melhores universidades da Europa, bem como pela qualidade dos seus centros hospitalares. 

O Porto, juntamente com os concelhos vizinhos de Vila Nova de Gaia e de Matosinhos, forma a Frente Atlântica do Porto, que constitui o núcleo populacional mais urbanizado da Área Metropolitana, situado no litoral, delimitado, a oeste, pelo Oceano Atlântico, com a influência estrutural do estuário do Rio Douro, que une Gaia ao Porto. A cidade é a mais importante da altamente industrializada zona litoral da Região Norte, onde se localizam grande parte dos mais importantes grupos económicos do país. A Associação Empresarial de Portugal está sediada no Porto. A Região Norte é a única região portuguesa que exporta mais do que importa. 

Séculos XVIII e XIX 
A cidade desempenhou um papel fundamental na defesa dos ideais do liberalismo mais concretamente nas batalhas do século XIX. Aliás, a coragem com que suportou o cerco das tropas miguelistas durante a guerra civil de 1832-34 e os feitos valorosos empreendidos pelos seus habitantes — o famoso Cerco do Porto — valeram-lhe mesmo a atribuição, pela rainha D. Maria II, do título — único entre as demais cidades de Portugal — de Invicta Cidade do Porto (ainda hoje presente no listel das suas armas), donde o epíteto com que é frequentemente mencionada por antonomásia - a «Invicta». Alberga numa das suas muitas igrejas - a da Lapa - o coração de D. Pedro IV de Portugal, que o ofereceu à população da cidade em homenagem ao contributo dado pelos seus habitantes à causa liberal. 

Cidade agraciada com a Ordem Militar da Torre e Espada, do Valor, Lealdade e Mérito a 26 de Abril de 1919. 
A cidade do Porto é conhecida como a Cidade Invicta e como a Capital do Norte. Foi a cidade principal do Entre Douro e Minho e a capital da região do Douro Litoral, que são dois territórios identitários que ainda hoje têm forte coesão, em termos físicos, naturais, humanos e sociais, estando localizada num dos pontos nucleares da bacia hidrográfica do rio Douro. O Porto é, frequentemente, referido como a cidade portuguesa com o temperamento mais centro-europeu, devido ao bucolismo requintado do seu espaço urbano (a fazer lembrar o requinte das cidades comerciais e capitalistas dos países centrais e nórdicos da Europa que se encontram localizadas perto dos rios e do oceano), surgido das influências estruturais que moldaram os seus habitantes e o temperamento da cidade: a Monarquia de Portugal, a influência cultural dos Judeus e a forte ligação a Inglaterra, com uma forte presença britânica. É a cidade onde vive a maior comunidade britânica em Portugal e onde se encontram as raízes judaicas mais antigas e consistentes dos portugueses, através de uma herança «marrana», «cripto-judaica» e «cristã-nova» muito forte. 

Na cidade encontra-se a maior Sinagoga da Península Ibérica e uma das maiores da Europa – a Sinagoga Kadoorie, edificada em 1938. Nela pode conhecer-se a história e religião Judaicas, tomar contacto com importantes objetos históricos e documentos assim como saber mais sobre a Comunidade Judaica do Porto ao longo dos séculos até aos dias de hoje.

LFCS Filipe Sousa

História de Montemor -o- Velho



Montemor-o-Velho inicia testes de rastreio à Covid-19 - Mundial FM
  Montemor-o-Velho

Montemor-o-Velho é uma antiga vila cujos vestígios remontam à Pré-história, designadamente ao período Neolítico. Existem referências documentais ao seu castelo desde o século IX. Em 848, Ramiro I das Astúrias passou a dominar o castelo de Montemor, mas a reconquista definitiva do Mondego foi empreendida pelo Rei Fernando Magno de Leão, que entregou o castelo ao Conde Sesnando. Este castelo é bastante bonito de visitar, estando em bom estado de conservação. De lá se desfruta de uma bela vista sobre os arrozais do rio Mondego e restantes terrenos de cultivo. 

A sua importância estratégica fez desta vila um centro de atração, tendo recebido o primeiro foral em 1212. Montemor foi ainda, durante séculos, terra de infantado, primeiro de Sancho I e D. Teresa, depois de D. Afonso IV (1322), mas também de D. Pedro, Duque de Coimbra (1416). Em 1472, D. Afonso V faz Marquês de Montemor-o-Velho D. João de Portugal, mais tarde Duque de Bragança. 
A vila de Montemor-o-Velho, no âmbito canónico, teve, na Idade Média, e até finais do século XIX, cinco paróquias: Alcáçova, São Martinho, São Salvador, São Miguel e Santa Maria Madalena. Com a extinção das três últimas, Dom Manuel Correia de Bastos Pina, bispo-conde da Diocese de Coimbra, por decreto de 30 de Julho de 1874, criou uma só paróquia para Montemor-o-Velho, aglutinando a de Santa Maria d'Alcáçova, a principal, e a de São Martinho, a maior do arrabalde, facto também atestado numa lápide colocada na frontaria da Igreja de São Martinho. De acordo com o Padre Dr. José dos Reis Coutinho, na sua obra "Comemoração dos Novecentos Anos da Igreja de Santa Maria da Alcáçova", em 1995, refere que "(...) Ambas (as igrejas) têm igual personalidade canónica desde aquele decreto. Na função paroquial e na prestação de serviços pastorais à comunidade nenhuma diferença as separa porque formam um só unificado, que nem o decreto de classificação como monumento nacional – de 16 de Junho de 1911 – pode alterar, porque acima está a Concordata celebrada com o Estado português em 7 de Maio de 1940 e as estipulações acerca do serviço pastoral". E acrescenta: 
"1874, Julho, 30, Montemor – Em cumprimento do decreto do Bispo-Conde, Dom Manuel Correia de Bastos Pina, é executada esta determinação com a colocação de uma lápide de mármore na frontaria da igreja de São Martinho, dizendo que constitui uma só paróquia com a igreja de Santa Maria d'Alcáçova". 

Montemor-o-Velho é uma vila portuguesa do distrito de Coimbra, situada na província da Beira Litoral, região do Centro (Região das Beiras) e sub-região Região de Coimbra, com cerca de 3 100 habitantes. 
É sede de um município com 228,96km² de área subdividido em 11 freguesias. O município é limitado a norte pelo município de Cantanhede, a leste por Coimbra e por Condeixa-a-Nova, a sul por Soure e a oeste pela Figueira da Foz. Situa-se a uma altitude média de 5 m acima do nível médio do mar. 
Trata-se de um dos poucos municípios de Portugal territorialmente descontínuos. O caso de Montemor-o-Velho é único no contexto português, pois a descontinuidade do concelho deve-se à existência, na zona sudeste do seu território, de um pequeníssimo enclave pertencente ao vizinho concelho de Soure (freguesia de Figueiró do Campo), encaixado entre as freguesias montemaiorenses de Pereira e Santo Varão. 
A vila de Montemor-o-Velho possui uma das melhores pistas para canoagem da Europa, sendo um local que já recebeu provas internacionais dessa modalidade. A Seleção Nacional de Canoagem treina com regularidade nesta pista.

LFCS Filipe Sousa

História da Carapinheira


Carapinheira
Ao longo da história da freguesia destacam-se até final do século passado, quatro épocas bem distintas correspondentes a quatro fases de desenvolvimento da civilização portuguesa. Surgem-nos assim provas irrefutáveis e indícios de que pelo menos naquelas quatro épocas os povos que ocuparam a área hoje conhecida por Carapinheira deixaram vestígios, viveram e evoluíram com as limitações e progressos características do seu próprio tempo. Podemos considerar uma quinta época de desenvolvimento a que chamaremos o «ciclo do arroz», a qual praticamente coincide com o século XX. 
Distinguimos assim, na primeira época, "Villa do Oleastro", hoje Alhastro, com as suas raízes romano-fenícias bem como o lugar de Lavariz ou Loveriz, resultante da "Villa Leoderici" (de Leodericos) e que parece ser de origem germânica no século X. 

A reforçar a hipótese, segundo o parecer do Professor Moisés Espírito Santo devidamente explanado na sua obra: «Origens Orientais da Religião Popular Portuguesa, seguida de Ensaio sobre Toponímica Antiga», vamos encontrar numa região tendo por centro a povoação de Alhastro e um raio de 10 kms, uma «constelação» de topónimos todos de origem Fenícia ou Hebraica, tais como: 

ZAMBUJAL – terra de Thamujos 
CASAL DOS ALHOS – De alia (encosta, subida) 
SANTA OLAIA ou SANTA OVAIA – polo de difusão da civilização fenícia na região do Baixo Mondego, segundo Veiga Ferreira. 
ANAIA – de hanaia (escala, hospedaria) 
SELÃO – de sela (pedra em hebraico) 
CASAL SIMÃO – de Bal Seiman – Senhor Sol 
ABADINHA – de Abadin (Pai Poderoso) 
VALFORNO – de Baal Forno (O Senhor do Forno) 
MOURA ou MOURÂO – de muron (alto) 
CASAL D'ALÉM – de alia (subida, encosta) 

FONTE DA MOIRA – Moira – os Fenícios teriam associado o conceito religioso da antiga Moira Grega à Deusa ISHTAR-ASTARTÉ, a partir do que este tem de fecundante, pródigo e fatal.Ora os Romanos designavam o Zambujo ou Zambujeiro por Oleastrum, planta da família das oleaginosas «Ólea Europea Oleaster», resultando assim o nome de Oleastro ou Olastro, que finalmente originou Alhastro. 
É precisamente na Bética que nos surge a cidade de Oleastro e daí resulta o reforço à nossa tese das origens Fenício-Romanas do lugar do Alhastro. 
Seja como for é a Vila de Oleastro, agora Alhastro, que perdurou ainda que na atualidade totalmente confundida como sendo a própria Carapinheira. 

A primeira referência escrita sobre o Alhastro remonta ao século X. Efectivamente a Villa de Oleastrelo, como a de Tentúgal e Sendelgas pertenceram a Rodrigues Abulmundar, moçárabe que no ano 954 da era cristã as doou ao Abade Teodorico do Mosteiro do Lorvão, conforme reza o testamento. Pensa-se que D. Sisnando, grande senhor de Tentúgal e primeiro Conde de Coimbra sepultado na Sé Velha, tenha sido descendente de Abulmundar, porque apesar deste ter doado aquelas Vilas é D. Sisnando que vem herdá-las mais tarde, e até porque a doação não impedia a posse da terra pelos doados seus descendentes, desde que o mosteiro satisfizesse o encargo delas. 

Não ficam por aqui outras opiniões sobre a Villa de Oleastro. Alguns historiadores têm mesmo considerado como sendo o Alhastro, a antiga Póvoa de Santa Cristina, hoje modesto lugar de Tentúgal mas outroura terra importante e sede do concelho, onde existiu um mosteiro franciscano, extinto em 1834 pelo Governo Liberal, assim como um pequeno concelho. 
De facto, esta confusão, resulta do foral ou carta de foro atribuído simultaneamente por D. Afonso III em 26 de Setembro de 1265 à Póvoa de Santa Cristina e ao Olastro, como então se chamava. 
Concluímos pois que o Alhastro e a Póvoa de Santa Cristina, seriam nessa época, as povoações mais importantes entre Tentúgal e Montemor, dignas de terem regalias idênticas a estas duas Vilas. 
A povoação do Alhastro, até à constituição da freguesia de Carapinheira fez parte integrante duma das cinco paróquias da própria Vila de Montemor que era conhecida por São Miguel. A freguesia de São Miguel era em 1364 do padroado régio. 
Uma história apenas a juntar a tantas outras que povoam o Universo do nosso património lendário. Havia na povoação uma mulher chamada Pinheira, a qual na fogosidade da sua juventude vendia o seu amor. Só que todos se queixavam das suas exigências, e daí lhe chamaram Cara Pinheira, dando à povoação o nome porque tal mulher foi apelidada. 
Teve o Alhastro o seu cemitério com a Capela dedicada a São Pedro, no pequeno monte a este do atual campo de futebol da Carapinheira, até ao século XVII. 

É ainda no Alhastro que se ergue uma Capela chamada atualmente por Capela de Santo Amaro, reconstruída em 1692. 
Em 24 de Abril de 1662, a Capela era conhecida por Ermida de São Jorge. 
A 13 de Julho de 1990, a Assembleia da República deliberou em reunião plenária a elevação da localidade da Carapinheira a Vila.

LFCS Filipe Sousa

História de Santo Tirso



Santo Tirso é agradável surpresa para quem 'descobre' Portugal ...
Santo Tirso
É sede de um município com 136,60 km² de área, subdividido em 14 freguesias. O município é limitado a norte pelos municípios de Vila Nova de Famalicão e de Guimarães, a nordeste por Vizela, a leste por Lousada, a sueste por Paços de Ferreira, a sul por Valongo, a sudoeste pela Maia e a oeste pela Trofa. Santo Tirso está centrado entre Braga, Guimarães, Póvoa de Varzim, Vila do Conde e Porto, que distam todas cerca de 20 km. 

De 978 até 1834 constituiu um couto cuja sede era o Mosteiro de Santo Tirso, possuindo propriedades por todo o Entre Douro e Minho. De 1836 até 1998 o atual concelho da Trofa esteve integrado no de Santo Tirso, que era, por isso, um dos 20 mais populosos do país. A cidade de Santo Tirso foi o berço da industrialização do têxtil em Portugal. A fábrica Fiação e Tecidos Rio Vizela, fundada em 1845, nas freguesias de Vila das Aves e São Tomé de Negrelos, foi a primeira unidade do ramo no país, chegando também a ser maior fábrica portuguesa. 

Santo Tirso tem ainda uma doçaria tradicional famosa já que aqui são produzidos, os Jesuítas. 

Além deste pastel, destacam-se igualmente os limonetes, produzidos pelas diversas pastelarias da cidade. 

Além dos Vinhos Verdes, em especial o da Quinta de Gomariz, em Sequeirô, o qual tem ganho algumas medalhas de ouro nos últimos anos dos concursos nacionais da Região Demarcada dos Vinhos Verdes, é de realçar o Licor de Singeverga, produzido pelos monges beneditinos do mosteiro homónimo, na freguesia de Roriz. Está também localizado em (Roriz), o Convento de Santa Escolástica, onde são fabricadas de forma artesanal, diversas iguarias, entre as quais as bolachas conventuais e os bolinhos de mel. 

Existe uma grande variedade de restaurantes de cozinha tradicional onde se degusta a tradição gastronómica nortenha.

LFCS Filipe Sousa

domingo, 17 de maio de 2020

Do vandalismo á Arte Urbana ou Graffiti

AVEIRO NA ROTA DA ARTE URBANA | Câmara Municipal de Aveiro
Arte urbana, urbano grafia ou street art é a arte que se refere a artes artísticas desenvolvidas no espaço público, distinguindo-se das manifestações de caráter institucional ou empresarial.

A princípio, um movimento “underground”, a street art foi gradativamente se constituindo como forma do fazer artístico, abrangendo várias modalidades de grafismos - algumas vezes muito ricos em detalhes, que vão do Graffiti ao Stencil, passando por stickers, cartazes lambe-lambe (também chamados pósterbombs), intervenções, instalações, flashmob, entre outras. São formas de pessoas sozinhas, expressarem os seus sentimentos através de desenhos.
Fotos mostram arte urbana que interage com a natureza | Arte de ...  C. M. Águeda - Arte Urbana surpreende visitantes de Águeda Banksy está brincando de revolucionar a arte urbana em NY - GQ ... 
A expressão Arte Urbana surge inicialmente associada aos pré-urbanistas culturalistas como John Ruskin ou William Morris e posteriormente ao urbanismo culturalista de Camillo Sitte e Ebenezer Howard (designação "culturalista" tem o cunho de Françoise Choay). O termo era usado (em sentido lato) para identificar o "refinamento" de determinados traços executados pelos urbanistas ao "desenharem" a cidade.
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Da necessidade de flexibilidade no desenhar da cidade surgiu a figura dos planos­­ de gestão. Este facto fez cair em desuso o termo Arte Urbana, ficando a relação entre Arte e cidade confinada durante anos à expressão Arte Pública.

Dada a dificuldade de enquadramento das inscrições murais feitas à revelia das autoridades e proprietários no conceito de arte pública, assiste-se a um ressurgimento da designação de "Arte Urbana" que passou a incluir todo o tipo de expressões criativas no espaço coletivo. Esta designação adquiriu assim um novo significado e pretende identificar a Arte que se faz no contexto Urbano à margem das instituições públicas.
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Graffiti (Grafito) normalmente feito com tintas em ‘spray’ e marcadores, nas paredes de edifícios, túneis, ruas, as obras carregam fortes criticas a sociedade. Grande parte dos grafiteiros mantêm anonimato, pois algumas pessoas ainda consideram um ato de vandalismo (pintar muros e património público).
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Cada vez mais encontramos graffitis em armazéns abandonados,... como este que encontrei perto de casa.

LFCS Filipe Sousa