segunda-feira, 18 de maio de 2020

História de Porto



Porto
Tem origem num povoado celta, pré-romano. Na época romana designava-se Cale ou Portus Cale, sendo a origem do nome de Portugal. 

A 27 de abril de 711 d.C. dá -se o início da invasão muçulmana da Península Ibérica, com o desembarque em Gibraltar dum exército Mouro de 9000 homens, liderados por Táriq Ibn Ziyad. Em 714 tomam Lisboa, e em 715 as forças islâmicas atingem a região norte do que hoje conhecemos como Portugal, tomando as principais povoações e cidades, tais como Porto e Braga. Em 716 já praticamente toda a Península estava sob domínio do Califado Omíada, com exceção de uma pequena zona montanhosa das Astúrias, onde a resistência cristã se refugiou. 
Passado um século e meio, em 868, surgem as primeiras tentativas de reconquista definitiva, Vímara Peres, fundador da terra portugalense, teve uma importante contribuição na conquista do território, restaurando assim a cidade de Portucale. 

Finalmente, e passados dois séculos após o início da invasão, em 999 uns nobres e valorosos fidalgos Cascões entre os quais se encontrava D. Nónego bispo de Vendôme em França e mais tarde bispo do Porto entraram com uma grande Armada pela foz do Rio Douro, para expulsarem os mouros. Esta armada, que ficou conhecida como a Armada dos Cascões associada a D. Munio Viegas "arrancou" a cidade do Porto aos mouros para dedicá-la à Virgem Mãe de Deus. Depois desta batalha, D. Munio e os "franceses" trataram de reedificar o Porto. Ergueram as antigas e fortes muralhas, e na parte mais elevada da cidade fundaram um alcácer acastelado e bem fortalecido que, depois do conde Henrique, serviu de habitação dos bispos, aos quais foi doado. A torre e a porta principal foram obra de D. Nónego, que, em memória da pátria, a nomeou porta de Vandoma, e que na frontaria da torre fez erguer o santuário, onde colocou a imagem de Nossa Senhora do Porto, que já trouxera consigo de França. 
Em 1111, Teresa de Leão, mãe do futuro primeiro rei de Portugal, concedeu ao bispo D. Hugo o couto do Porto. Das armas da cidade faz parte a imagem de Nossa Senhora. Daí o fato de o Porto ser também conhecido por "cidade da Virgem", epítetos a que se devem juntar os de "Antiga, Mui Nobre, Sempre Leal e Invicta", que lhe foram sendo atribuídos ao longo dos séculos e na sequência de feitos valorosos dos seus habitantes, e que foram ratificados por decreto de D. Maria II de Portugal. 

Foi dentro dos seus muros que se efetuou o casamento do rei D. João I com a princesa inglesa D. Filipa de Lencastre. A cidade foi berço do infante D. Henrique, conhecido como o Infante de Sagres ou O Navegador. 
Devido aos sacrifícios que a cidade fez para apoiar a preparação da armada que partiu, em 1415, para a conquista de Ceuta, tendo a população do Porto oferecido aos expedicionários toda a carne disponível, ficando apenas com as "tripas" para a alimentação os naturais do Porto ganharam a alcunha de "tripeiros", uma expressão mais carinhosa que pejorativa. É também esta a razão pela qual o prato tradicional da cidade ainda é, hoje em dia, as "Tripas à moda do Porto". 

É a cidade que deu o nome a Portugal – desde muito cedo (c. 200 a.C.), quando se designava de Portus Cale, vindo mais tarde a tornar-se a capital do Condado Portucalense, de onde se formou Portugal. É ainda uma cidade conhecida mundialmente pelo seu vinho, pelas suas pontes e arquitetura contemporânea e antiga, o seu centro histórico, classificado como Património Mundial pela UNESCO, pela qualidade dos seus restaurantes e pela sua gastronomia, pelas suas principais equipas de futebol, o Futebol Clube do Porto, o Boavista Futebol Clube, o Sport Comércio e Salgueiros, pela sua principal universidade pública: a Universidade do Porto, colocada entre as 200 melhores universidades do Mundo e entre as 100 melhores universidades da Europa, bem como pela qualidade dos seus centros hospitalares. 

O Porto, juntamente com os concelhos vizinhos de Vila Nova de Gaia e de Matosinhos, forma a Frente Atlântica do Porto, que constitui o núcleo populacional mais urbanizado da Área Metropolitana, situado no litoral, delimitado, a oeste, pelo Oceano Atlântico, com a influência estrutural do estuário do Rio Douro, que une Gaia ao Porto. A cidade é a mais importante da altamente industrializada zona litoral da Região Norte, onde se localizam grande parte dos mais importantes grupos económicos do país. A Associação Empresarial de Portugal está sediada no Porto. A Região Norte é a única região portuguesa que exporta mais do que importa. 

Séculos XVIII e XIX 
A cidade desempenhou um papel fundamental na defesa dos ideais do liberalismo mais concretamente nas batalhas do século XIX. Aliás, a coragem com que suportou o cerco das tropas miguelistas durante a guerra civil de 1832-34 e os feitos valorosos empreendidos pelos seus habitantes — o famoso Cerco do Porto — valeram-lhe mesmo a atribuição, pela rainha D. Maria II, do título — único entre as demais cidades de Portugal — de Invicta Cidade do Porto (ainda hoje presente no listel das suas armas), donde o epíteto com que é frequentemente mencionada por antonomásia - a «Invicta». Alberga numa das suas muitas igrejas - a da Lapa - o coração de D. Pedro IV de Portugal, que o ofereceu à população da cidade em homenagem ao contributo dado pelos seus habitantes à causa liberal. 

Cidade agraciada com a Ordem Militar da Torre e Espada, do Valor, Lealdade e Mérito a 26 de Abril de 1919. 
A cidade do Porto é conhecida como a Cidade Invicta e como a Capital do Norte. Foi a cidade principal do Entre Douro e Minho e a capital da região do Douro Litoral, que são dois territórios identitários que ainda hoje têm forte coesão, em termos físicos, naturais, humanos e sociais, estando localizada num dos pontos nucleares da bacia hidrográfica do rio Douro. O Porto é, frequentemente, referido como a cidade portuguesa com o temperamento mais centro-europeu, devido ao bucolismo requintado do seu espaço urbano (a fazer lembrar o requinte das cidades comerciais e capitalistas dos países centrais e nórdicos da Europa que se encontram localizadas perto dos rios e do oceano), surgido das influências estruturais que moldaram os seus habitantes e o temperamento da cidade: a Monarquia de Portugal, a influência cultural dos Judeus e a forte ligação a Inglaterra, com uma forte presença britânica. É a cidade onde vive a maior comunidade britânica em Portugal e onde se encontram as raízes judaicas mais antigas e consistentes dos portugueses, através de uma herança «marrana», «cripto-judaica» e «cristã-nova» muito forte. 

Na cidade encontra-se a maior Sinagoga da Península Ibérica e uma das maiores da Europa – a Sinagoga Kadoorie, edificada em 1938. Nela pode conhecer-se a história e religião Judaicas, tomar contacto com importantes objetos históricos e documentos assim como saber mais sobre a Comunidade Judaica do Porto ao longo dos séculos até aos dias de hoje.

LFCS Filipe Sousa

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